Acordei às 6h da manhã do dia 16 de novembro de 2009. Nem sei quanto tempo consegui descansar, mas eu me sentia tão bem! Parecia que tinha dormido uma noite inteira. Minha médica ligou e pediu que eu me preparasse para ir à sala de cirurgia, pois ela já estava no hospital arrumando tudo. Fabio acordou cedo também e ficamos os dois muito ansiosos.
Tomei um banho com bastante calma, tirei toda a roupa e os acessórios e coloquei a roupinha do hospital. Fiquei no aguardo da obstetra e do maqueiro virem me buscar para seguirmos até a sala onde eu receberia, momentos mais tarde, meu pequeno rei. É incrível como o tempo dessa espera é longo...rs. A cada movimento que a porta do quarto fazia, meu coração saltava dentro do peito e esses movimentos eram constantes, porque as visitas começavam a chegar: vovós, vovô, tios, primos. Que ansiedade!
Até que minutos depois a médica entrou no quarto e disse: “Vamos, Márcia, chegou a hora!” E assim seguimos, eu, Fabio e o barrigão para a sala de cirurgia, deixando vários coraçõezinhos ansiosos, no quarto, esperando notícias.
Fiquei ainda alguns minutos na maca, porque a pediatra queria conversar comigo e saber como tinha sido a minha gestação, porque eu não a conhecia. Ela foi levada pela minha obstetra, fazia parte da sua equipe. Aproveito o ensejo para dar uma dica às futuras mamães: escolham seus pediatras antes do parto e conversem bastante com eles. Disso eu me arrependo até hoje! Mas eu era mamãe de primeira viagem, não sabia disso e não tive ninguém para me orientar. Enfim, seguimos para o tão esperado momento!
Quando entrei na sala, vi a equipe toda reunida, ai que medo! O anestesista, um rapaz muito tranqüilo, simpático e gentil, veio logo conversar comigo e pedir para que eu ficasse naquela posição (vocês devem saber qual é, né?). Segui suas orientações e ele começou a aplicação. Dizia o tempo todo para eu ficar calma que não sentiria nada. E, de fato, nada senti, foi uma anestesia muito bem aplicada! A minha preocupação agora era que eu ainda sentia minhas pernas e com aquele lençol na frente não dava para saber o que eles estavam fazendo. Que sensação horrível!
Eu dizia: “Eu ainda sinto hein! Vocês não começaram não né?”
E a obstetra dizia: “Fica tranqüila, você está sentindo isso?”
Eu disse: “Agora não. Tudo bem!”
Então o Fabio entrou na sala e veio ficar ao meu lado. Ufa, agora eu estava mais tranquila! Mas foi por pouco tempo que ele ficou ali, quis logo assistir à operação. Curioso esse marido!
Começou a cirurgia! Eu estava ótima, só uma falta de ar de vez em quando, mas tudo normal, puro nervosismo. A todo o momento eu perguntava: “E aí, é cabeludo? Conta os dedinhos dele, amor? Parece com você? É moreno?”. Eu não parava de falar, queria olhar logo aquele rostinho. Até que depois de muita força e falação eu escutei aquele chorinho delicioso! SENSAÇÃO INDESCRITÍVEL!!! Papai chora, mamãe chora, uma emoção danada!
Márcia fazendo joinha com o dedão! |
Márcia, Fabio e Arthur |
A pediatra aspirou sua secreção, limpou-o um pouco e me entregou para eu dar um beijinho. Coisa mais linda do mundo. No teste de apgar (http://pt.wikipedia.org/wiki/Escala_de_Apgar) ganhou nota 9 e 10. Tudo normal, graças a Deus! Então ele seguiu para o berçário. E eu acabando de ser costurada para voltar ao quarto. Que dolorosa separação!
Ele ainda ficou um pouco na incubadora (2 horas), como acontece com os bebês que nascem de cesárea, para adaptação da temperatura e da respiração. Ainda nesse tempo que ele estava lá, a pediatra foi aspirá-lo novamente e nos disse que ele estava com muita secreção. Até aí tudo bem, mas o Fabio já estava danado com a mulher (pediatra) porque não gostou da atitude dela ainda na sala de cirurgia. Ele estava filmando os procedimentos com o Arthur e ela disse que esse tipo de coisa não se deve filmar. O porquê nós não sabemos até hoje! Mistério!
Arthur |
Arthur na incubadora |
Enquanto isso eu chegava ao quarto, que alegria! Todas as pessoas que amo estavam lá para doar um pouco de carinho e dizer que meu filho era lindo e, infelizmente (brincadeirinha), era a cara do pai e do avô.